SOBRENATURAL: O FANTASMA DO AÇUDE DE PRATA

Muitos relatos sobrenaturais do Recife datam do século XVII, época do domínio dos flamengos e também da chegada de muitos judeus, que depois seriam perseguidos e julgados pela Inquisição da Igreja Católica. Não são poucas as lendas de tesouros escondidos, vigiados por espíritos inquietos que guardam, avaros, seus antigos pertences.

Um dos mais fascinantes relatos que teria se passado nesse tempo é o da judia Branca Dias. Fina e rica, a proeminente mulher vivia tranquila no Recife, até que a sombra da Inquisição baixou sobre os chamados "cristãos novos" - judeus convertidos ao cristianismo. Branca Dias sabia que se aproximava a sua condenação, não tanto poder não ter se convertido "de verdade" à religião dos portugueses, mas por ser dona de uma magnífica coleção de objetos de prata.
Segundo contam, à primeira menção de que a Inquisição viria pegá-la, Branca Dias juntou todos os seus objetos e, com a ajuda de uma criada, levou-os a um riacho, para os lados de Dois Irmãos, onde os atirou. Todos os temores dela se concretizaram: foi levada para Portugal, julgada e condenada à morte.

Alguns anos depois começaram a correr histórias de que uma aparição estava afastando as pessoas que passavam por um riacho num subúrbio do Recife. Logo ligou-se a aparição aos fatos do auto de inquérito de Branca Dias: o fantasma nada mais estaria fazendo que guardar seu tesouro. O curso d’água ficou conhecido como Riacho do Prata. Hoje, é o Açude da Prata: manancial que abasteceu muitos bairros da capital pernambucana até meados do século XX.
A lenda foi ganhando repercussão com alguns desaparecimentos ocorridos no local. Uma das histórias, porém, selou a fama misteriosa do açude. Conta-se que, numa época em que os recifenses buscavam proteção dos céus e dos santos com banhos à meia-noite em rios, açudes e riacho - especialmente no período das festas juninas -, uma moça foi com sua mucama às águas do Prata para pedir um esposo. Chegando lá, fez com que a mucama ficasse esperando à distância enquanto ela ia tirar a sorte. Debruçou-se perigosamente sobre as águas. De repente, a mucama teve um pressentimento e ia gritar: “Iaiá, não se debruce mais”. Mas, antes dela, gritou a moça: “Me acuda, que ela quer me levar!”

Quando a mucama correu, nada mais restava de sua sinhazinha. Fora, certamente levada pelo fantasma de Branca Dias. Até hoje muitos falam que, nas noites de lua cheia, vêem-se duas moças nuas no meio do Açude do Prata. Uma seria Branca Dias, a outra seria a sinhazinha que sumiu na noite de São João....

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